Para saber se você se enquadra neste problema, calcule seu Índice de Massa Corporal que é calculado dividindo seu peso pela sua altura multiplicada por ela mesma.
Quase que totalmente marginalizado pela grande atenção que é dada à obesidade hoje em dia, está o esforço de algumas pessoas para ganhar peso. Embora pareça "piada", já que vivemos numa época em que a maioria das pessoas quer emagrecer, um grupo com número considerável de pessoas vive constantemente lutando com o objetivo de adquirir alguns quilos a mais.
Os indivíduos com peso deficiente que se encaixam neste grupo são aqueles que estão com cerca de 15 a 20% ou mais, abaixo do padrão aceito de peso normal. Para saber se você se enquadra neste problema, calcule seu IMC (Índice de Massa Corporal); este índice é calculado dividindo seu peso pela sua altura multiplicada por ela mesma. Se o resultado for menor que 19, você pode se considerar um "magro excessivo", ou seja, uma pessoa com peso deficiente.

(* Esse índice não pode ser utilizado para crianças)
A magreza excessiva assim como a obesidade, está associada a várias doenças ligadas principalmente à subnutrição, como por exemplo uma susceptibilidade maior a lesões e infecções, e por isso, deve ser considerada como prioridade e tratada adequadamente.
Quais as causas mais comuns da magreza?
As principais causas do peso deficiente são:
* uma ingestão insuficiente em quantidade e qualidade de alimentos para atender as necessidades de atividade da pessoa;
* excesso de atividade física (ex: atletas em treinamento intenso; crianças hiperativas);
* doenças debilitantes (infecções crônicas ou doenças como o câncer, tuberculose, renais, hepáticas, etc);
* distúrbios glandulares como o excesso de atividade da tireóide (hipertiroidismo) ou disfunção da pituitária;
* mal absorção e má utilização do alimento consumido;
* estresse psicológico ou emocional;
* manifestações neuróticas acompanhadas de aversão à comida (anorexia nervosa).
Observando as principais causas de baixo peso, verifica-se que muitos casos de magreza excessiva se devem a desordens gerais da vida, como nos casos em que a pessoa tem hábitos alimentares errados ou come pouco quer seja por falta de fome ou devido a pobreza (falta de dinheiro para adquirir alimentos nutritivos) e casos em que há um excessivo gasto calórico produzido por excesso de atividade física, muitas vezes sem um propósito definido. Mas observamos também causas mais preocupantes como é o caso de certos distúrbios e doenças que comprometem a saúde do indivíduo. Nesse caso, a recuperação do peso da pessoa é importante para que ela possa lutar contra a doença e resistir melhor aos tratamentos médicos necessários para sua reabilitação.
Por isso, inicialmente é muito importante avaliar a extensão e causa da deficiência de peso antes de começar um programa de tratamento. Isto porque uma doença debilitante ou problemas de malabsorção requerem tratamento. Um histórico completo e exames médicos usualmente determinam a causa exata do peso deficiente.
Magros devem ser encorajados à comer
Qualquer que seja a causa, o baixo peso deve ser tratado como prioridade, isto porque um IMC menor que 19 está associado com maior risco de mortalidade, o qual aumenta à medida que o IMC diminui. A subnutrição pode levar a múltiplos distúrbios endócrinos, lesões e infecções, além de alguns problemas psicológicos.
Antes de se planejar um cardápio ou alimentação adequada para uma pessoa que precisa ganhar peso, inicialmente é preciso avaliar cuidadosamente o seu histórico alimentar. Essa avaliação irá revelar as inadequações nos hábitos alimentares e nas ingestões nutricionais.
As pessoas com deficiência de peso devem ser freqüentemente encorajadas a comer, mesmo quando não tenham fome. Para isso, é importante estabelecer um número de seis refeições por dia que incluam alimentos apetitosos (o apetite por certos alimentos varia de pessoa para pessoa e por isso é importante conhecer os hábitos alimentares dela) e fáceis de preparar. Essas refeições deverão ser feitas em horários programados e de forma tranqüila, visto que a tensão nervosa freqüentemente contribui para a deficiência de peso em alguns indivíduos.
A dieta deve ser rica em calorias. Para engordar, o importante não é comer muito, mas "comer calorias". Aliás, exigir que uma pessoa magra coma mais do que está habituada pode ser inútil; daí a necessidade de se fracionar as refeições, para que ela passe a comer em seis refeições o que ela deveria comer em três ou quatro normalmente. Além das calorias necessárias para atender às necessidades energéticas totais do organismo, deve-se planejar uma suplementação de calorias adicionais (geralmente de 500 a 1000 calorias). Uma suplementação vitamínica e mineral pode também ser necessária, dependendo do estado nutricional da pessoa.
Para aumentar o consumo de calorias de uma pessoa com baixo peso é preciso as vezes ter muita criatividade. Por exemplo, em vez de comer um pão ou torrada simples, acrescente a eles geléias, requeijão, manteiga, pasta de amendoim, etc; ao leite preparado muitas vezes com um pouco de açúcar, sugere-se acrescentar aveia, leite em pó ou condensado, bater com sorvete, creme de leite, etc; às saladas preparadas geralmente com sal e limão, acrescenta-se iogurtes naturais, maionese, etc; às sobremesas pode-se acrescentar caldas e caramelos, e assim por diante. Alimentos como amêndoas, castanha do pará, nozes, entre outros são também excelentes fontes de calorias.
Veja agora algumas das dúvidas mais comuns entre pessoas com baixo peso:
* o fumo pode ser causa de magreza excessiva já que pessoas que fumam demais, em geral, não têm apetite;
* e emoção pode ter papel importante na magreza. Algumas pessoas sob forte tensão emocional podem comer menos e perder peso, embora muitas delas façam exatamente o contrário;
* magreza excessiva não é de causa hereditária, mas as pessoas que tem famílias com maus hábitos alimentares tendem a se alimentar mal, o que pode gerar magreza;
* muitas pessoas comem muito mas permanecem sempre magras, isto porque muitas delas gastam mais calorias do que ingerem (geralmente porque comem alimentos de baixo teor calórico);
* os suplementos vitamínicos ajudam a pessoa a engordar somente se houver uma deficiência comprovada de vitaminas; se a dieta for bem equilibrada não há necessidade de usá-los;
* em crianças muito magras e hiperativas, o primeiro passo é estabelecer hábitos regulares e treiná-la para evitar o excesso de atividades físicas e tensão emocional. Não deve haver punição ou ameaças em crianças que não comem. Essa atitude pode levar à revolta e fazê-la com que perca ainda mais o apetite.