O que são fitoestrogênios e onde são encontrados?
Os fitoestrogênios são substâncias encontradas naturalmente em alguns vegetais, sendo estrutural e funcionalmente similares ao estradiol, um hormônio estrogênico. Existem quatro classes principais: as isoflavonas, encontradas na soja e seus derivados; os lignanos, nos cereais integrais e oleoginosas; os flavonóides, em algumas frutas e legumes, e os cumestranos, nos brotos de feijão e de alfafa. Os fitoestrogênios com maior ação estrogênica são as isoflavonas, destacando-se a genisteína, a daidzeína e a gliciteína. São compostos não-esteróides, que se ligam fracamente aos receptores estrogênicos, com maior afinidade ao receptor do tipo beta. Apresentam ação seletiva, isto é, exibem atividade estrogênica em alguns tecidos e antiestrogênica em outros.
Existe alguma vantagem das isoflavonas ligarem-se somente aos receptores de estrógenos do tipo beta?
Sim, os receptores do tipo beta (RE) estão presentes no cérebro, ossos, pele e no sistema cardiovascular, ao contrário dos receptores do tipo alfa (RE), presentes no útero e nas mamas. Como as isoflavonas possuem uma estrutura molecular semelhante ao hormônio 17-estradiol, elas ligam-se aos RE e exercem seus efeitos benéficos sobre os órgãos contendo esses receptores, com ação neutra na mama e útero, contendo RE.
Como funciona o metabolismo das isoflavonas?
Após a ingestão, as isoflavonas podem se apresentar sob duas formas: agliconas ou glicosídeos. As isoflavonas agliconas sofrem ação de bactérias intestinais e são prontamente absorvidas, ao passo que as formas glicosídicas necessitam ser hidrolisadas por enzimas conhecidas como glicosidases intestinais. Daí então sofrem ação de bactérias intestinais e são absorvidas. A flora intestinal, as doenças intestinais, o consumo de álcool, alguns antibióticos, a quantidade de fibras, as gorduras e as proteínas da dieta podem influenciar na absorção das isoflavonas. Após a absorção, são submetidas ao ciclo hepático, são conjugadas principalmente em ácido glicurônico, retornam ao intestino pela via biliar, sendo excretadas nas fezes, e pequena quantidade permanece na circulação periférica, sendo eliminada pelos rins. Os isolados protéicos são os derivados de soja com maior teor de isoflavonas agliconas.
Dentre as isoflavonas (fitoestrogênios), quais são as que possuem maior importância clínica?
Os estudos científicos mostram que a genisteína possui maior ação terapêutica. Os estudos mais atuais demonstram que essa aglicona pode trazer benefícios para a saúde de homens e mulheres.
Quais os benefícios que as isoflavonas de soja podem oferecer ao organismo?
Como as isoflavonas atuam como estrógenos fracos, substituindo ou complementando o hormônio feminino estrogênio, cuja produção diminuída leva à menopausa, essas substâncias estão sendo apontadas como uma grande esperança para aquelas mulheres contra indicadas para fazer a terapia de reposição hormonal convencional (TRH) e também para as que optam por uma terapia mais natural. Os estudos estão mostrando que as isoflavonas da soja atuam beneficamente na prevenção e controle de doenças como os cânceres de mama, próstata e colo de útero, a osteoporose, cardiovasculares e alívio dos sintomas indesejáveis da menopausa. Atualmente existem estudos avaliando o papel da genisteína (isoflavona da soja) em melhorar a função cognitiva (memória, raciocínio, concentração, etc) e prevenir doenças neurodegenerativas como o Mal de Alzheimer.